Poucas combinações no terror são mais interessantes do que crianças assombradas (ou sinistras) e fantasmas, mas isso sozinho não é uma receita de sucesso. Então, por que não incluir um belo romance e uma sensível visão sobre a demência e o luto?

Dito assim, pode parecer uma salada sem sentido, mas a verdade é que A Maldição da Mansão Bly (Netflix) consegue executar tudo isso de forma coerente e bem contada. A segunda temporada da antologia Maldição, apresenta uma governanta contratada para cuidar de duas crianças órfãs na mansão do título, mas chegando lá, ela logo percebe que o local é assombrado.

Não assista esperando os sustos tradicionais, o terror é sutil, mas de gerar incômodo e, algumas vezes, de gelar o sangue. O ponto mais forte da temporada é mesmo o drama: há mortes traumáticas, há “mortes em vida” e o comportamento de todas as personagens são consequências delas.

Se você já teve que lidar com a senilidade ou demência na família, acredito que vá se emocionar. Além de um episódio em que o tema é discutido explicitamente, a direção criou um recurso que batizou de “ausência absorta” que é um exemplo interessante da fragilidade da mente. Infelizmente, esse recurso acaba sendo o único defeito da série, que torna cansativa a repetição de cenas.

A maior parte das interpretações são ótimas, mas mesmo com todas as qualidades, a série não teria metade do encanto sem a simpatia da pequena Flora (Amelie Bea): perfeitamente esplêndida!

Onde assistir: Netflix

Nota: 🎃🎃🎃🎃 Dei valor!

Sinopse: Em A Maldição da Mansão Bly, a jovem Dani Clayton (Victoria Pedretti) é contratada por Henry Wingrave (Henry Thomas) para trabalhar numa enorme e antiga mansão, cuidando de seus dois sobrinhos órfãos. Mas tudo se complica quando os irmãos Flora (Amelie Bea Smith) e Miles (Benjamin Evan Ainsworth) começam a apresentar um comportamento estranho. A história se passa na Inglaterra de 1987 e é inspirada no conto “A Volta do Parafuso”.

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