Como veterano jogador de RPG, um dos meus temas prediletos é a fantasia medieval. Sou um cara de mente aberta que adora ver versões diferentes de histórias que, quanto mais ousadas, melhores. Também me considero um cara que gosta de abraçar causas: considero-me feminista e apoio o movimento LGTQ+, entre outras. Nada disso foi suficiente para que eu desse valor à Cursed – A Lenda do Lago, da Netflix.
A série adapta o livro homônimo de Thomas Wheeler e Frank Miller. Ela narra as aventuras de Nimue (Katherine Langford) antes de se tornar a Dama do Lago da lendária história do Rei Arthur e tem todos os elementos acima, além de belas paisagens, cenários bem montados e efeitos razoáveis. As interpretações também estão a contento, mas é impossível não olhar para os atores e pensar: “eu já vi esse personagem em outro lugar”, mesmo o melhor deles, o Merlin de Gustaf Skarsgard, parece mais um Jack Sparrow de Piratas do Caribe.
Pra mim, a série tem dois grandes erros, que eu não “senti” ao ler o livro: pressa e ambição. A parte da pressa talvez seja difícil explicar, mas a título de exemplo, o primeiro episódio da série narra uns 10 a 12 capítulos do livro o que, na minha opinião enfraquece o drama e a construção e o envolvimento com as personagens. Também tenho certeza de que você perceberá a pressa nas soluções do último capítulo, mas não posso falar dela sem spoilers.
Já a ambição eu vou abrir com uma frase da minha esposa: “É um Game of Thrones versão Record”. A série mistura elementos de GOT, Senhor dos Anéis e especialmente Star Wars na pretensão de se tornar uma espécie de “obra nerd da sua época”, mas falha miseravelmente ao esquecer da sua essência: ser uma história que a filha do Wheeler sentiria orgulho de ler.
Onde Assistir? Netflix.
Nota: 🎃🎃🎃 Marromeno.
Sinopse: Em Cursed – A Lenda do Lago, Nimue (Katherine Langford) é uma jovem heroína com o misterioso, mas trágico, poder de se transformar na Dama do Lago. Na companhia de Arthur, ela embarca em uma aventura à procura do mago Merlim e da espada sagrada.