Quando assisto a conteúdo “estrangeiro”, via de regra eu procuro coisas fora do “lugar comum” do mercado americano, mas o trailer da série francesa La Rèvolution (Netflix, 2020) não escondia: ela era uma mistura de Game of Thrones com The Walking Dead, mas por que não dar uma chance?

Como o nome sugere, a série cria uma motivação extra para o início da Revolução Francesa: a aristocracia decadente agora também é composta por mortos-vivos de sangue azul (literalmente). Isso constrói uma série de terror pré-apocalíptica com bons elementos de ação.

A primeira temporada alterna seu protagonismo entre dois personagens principais ligados entre si por uma fatalidade: Joseph Guillotin (Amir El Kacem), um médico um tanto avançado para sua época e a Baronesa Elise de Mortagis (Marilou Aussiloux), a única representante da elite que se importa de verdade com o povo. Eles, além dos coadjuvantes, estão todos competentes, mas o destaque fica para o insano/diabólico Julien Frisson que interpreta Donatien de Mortagis, alternando sua fraqueza e ódio. 

Outro destaque é para a nitidez das cenas em especial nas cenas de luta. É comum, em conteúdos como esse, você ter cenas escuras e não saber nem quem bate e quem apanha. As cenas de sangue e decapitação podem chocar os mais sensíveis, mas o que você espera de uma série de terror?

Claro que nem tudo são flores na série, a parte que mais me incomodou (embora útil à trama) foram os conhecimentos médicos avançados que citei anteriormente. Alguns elementos fantásticos também ficam sem explicação e a construção dos personagens também é demasiado sucinta, mas como o final deixa claro que haverá uma sequência, ainda há tempo para aprofundamentos e revelações.

Não é algo que vá revolucionar a TV, mas se você gosta de algum dos temas, não pode deixar de conferir.

Onde assistir: Netflix.Nota: 🎃🎃🎃🎃 Dei valor!

Sinopse: Em La Révolution, o médico e futuro inventor da guilhotina Joseph-Ignace Guillotin (Amir El Kacem) investiga uma série de assassinatos na França de 1787, descobrindo então um novo vírus que se espalha rapidamente pela aristocracia. O chamado “Sangue Azul” faz com que os nobres ataquem violentamente os mais pobres, e isso gera uma insurreição popular. Seria a doença contagiosa o estopim do que ficou conhecido como a Revolução Francesa?

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