Quando assisto a um filme de ação, estou (quase) sempre disposto a “desligar o cérebro” e me divertir. Aceito movimentos que desafiam as leis da física, protagonistas que não assanham nem o cabelo, vilões com a mira sofrível e por aí vai, mas nem todas as concessões serviram para salvar Ava que, sabe-se lá como, atingiu o segundo lugar no Top 10 da Netflix.
Ava, personagem que dá nome ao título, é uma assassina de aluguel de altíssimo nível que, após uma missão de resultado duvidoso, precisa usar suas habilidades para lutar pela própria sobrevivência. Clichê, não? Mas a gente também não liga pra isso.
Protagonizado pela excelente Jessica Chastain e com coadjuvantes de luxo do nível de John Malkovich e Colin Farrell, é difícil acreditar que nada nesse filme convence. Não que os atores estejam ruins em seus respectivos papéis, mas seus desenvolvimentos e motivações são fraquíssimos. Jessica é a única bem trabalhada, inclusive com uma interessante abertura do filme que conta a história da personagem antes do início da trama, mas esse seu desenvolvimento tem um ar arrastado e diminui de certa forma a personagem.
O feminismo de trazer uma mulher protagonizando a ação chutando a bunda dos vilões (quase todos homens) teria contado positivo, se fosse cortado do filme um romance mal resolvido, como se “ser a melhor na sua área de atuação” não fosse o suficiente para ela ser uma mulher realizada.
Mas tudo isso poderia ser ignorado se o filme não falhasse no que realmente importa: a ação é mal editada, os golpes no combate corpo a corpo são mal coreografados e as soluções são sem criatividade, mesmo num filme tão curto, a personagem escapa duas vezes da mesma forma ridícula, depois de um tiroteio. John Wick, uma hora dessas, deve estar morrendo de vergonha alheia.
Onde assistir: Netflix.
Nota: 🎃🎃 Peba!
Sinopse: Eve (Jessica Chastain) é uma assassina profissional que trabalha há anos para uma organização especializada em operações governamentais secretas. Sua rotina consiste em viajar ao redor do mundo realizando execuções de forma sutil e objetiva, mas quando uma missão acaba de maneira completamente fora do esperado, ela é forçada a lutar pela própria sobrevivência.