Existe uma expressão popular (com variações) que diz “é calça de veludo ou bunda de fora”, uma maneira folclórica de se dizer que “vai pra o tudo ou nada” e a melhor maneira (na minha humilde opinião) de sintetizar a ousada aposta que os roteiristas, diretores, showrunners ou sei lá quem fizeram em Westworld (WW).

Depois de uma primeira temporada espetacular e uma segunda temporada que só dava pra entender com manual de instruções, a terceira temporada veio mais linear e com objetivo mais claro: apresentar a vingança de Dolores contra a humanidade.

Apesar de começar com um rompimento que causava certa estranheza, já que Dolores deixava de ser a caipira do velho oeste americano e passava a ser uma mistura de Neo de Matrix com a Rainha dos Dragões de GOT, a série evolui bem até mais ou menos o quinto episódio com direito a um daqueles momentos “Não acredito no que estou vendo!” no quarto.

Porém depois disso a temporada caiu vertiginosamente até um fim com certa ousadia, porém melancólico. A verdade é que enquanto contava a história de Dolores, a série não tratou com justiça os demais personagens tão ou mais queridos pelo público. Até o William, que teve um desenvolvimento acima da média dos demais, teve um destino que torna seu desenvolvimento ao longo da temporada como inútil.

A série apresentou ainda um novo personagem teoricamente central, mas que na prática, tinha a mesma função do John Snow no final de GOT (olha ela aqui de novo): papagaio de pirata.

WW tinha uma premissa que a permitiria explorar vários cenários, mas arriscou-se ao sair cedo demais dos parques para “o mundo real” numa trama megalômana.Deu um passo maior do que a perna e terminou de maneira tão irregular que teve que incluir uma cena pós-créditos para ver se o público volta para próxima temporada. Ao menos, diferente de GOT, WW não esperou para nos decepcionar só no fim.

Onde assistir? HBO.

Nota: 7.

Sinopse:  Longe do parque temático Westworld, agora Dolores (Evan Rachel Wood) e seus colegas anfitriões estão livres no mundo humano real. Enquanto isso, Maeve (Thandie Newton) entra em uma nova realidade: a da Segunda Guerra Mundial.

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